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Diário 366 é um projeto que dá corpo a um trabalho de arte relacional desenvolvido entre 2016 e 2020, resultado de um longo processo a partir de noções de troca, confidência e documentação poética da vida.

O trabalho se inicia em 2016, quando me proponho construir um diário, registrando todos os dias por meio de diferentes linguagens sobre páginas de papel. Este exercício se ampliou de modo relacional a partir do ano seguinte. Entre 2017 e 2020, passo a realizar um longo e lento processo de trocas e construção coletiva. Cada página do diário havia sido digitalizada em
formato de cartões postais que passaram a ser trocados com os participantes. Cada pessoa escolhia uma data, recebia o cartão sobre aquele dia e enviava para a caixa postal algo que simbolizasse a sua escolha. Os pedidos eram motivados por questões afetivas e íntimas mas também por acontecimentos coletivos da história recente. O conjunto de objetos recebidos
constitui-se como um acervo simbólico dessas trocas e interlocuções, como se pertencesse a um imaginário museu coletivo de significâncias que borra os limites entre objetos ordinários, memória e produção artística. Essa coleção também foi traduzida em pequenas aquarelas que formam um grande calendário anual, como um gabarito, no qual os espaços preenchidos
denotam o sucesso da transação e os espaços vazios marcam as datas sem resposta ou extravios – revelando as falhas intrínsecas à comunicação. E uma publicação comporta o registro de todo o processo de trocas e devolve ao formato livro as imagens pareadas das páginas do diário e dos itens enviados pelos participantes.

Bruno Novaes
Diário 366

Bruno Novaes
São Bernardo do Campo - SP (1985)

 

É artista e educador. Tem licenciatura em Arte, pela Faculdade Belas Artes de São Paulo, e especialização em Artes Visuais, pela UNESP. Possui obras no acervo do MAR - Museu de Arte do Rio de Janeiro, do Museu da Diversidade Sexual de São Paulo, e em diferentes cidades por meio de prêmio aquisição em salões de arte. Apresentou exposições individuais na Temporada de Projetos do Paço das Artes, na OMA Galeria e na Casa do Olhar Luiz Sacilotto. Participou da 33a Bienal de Arte de São Paulo como artista residente na obra de Mark Dion. Premiado pela editora Lamparina Luminosa, publicou o livro Alugo para rapazes, lançado na SPARTE. Vem realizando práticas artísticas e educativas em diferentes unidades do SESC-SP e
centros culturais. Em 2020 inaugurou Desenho Livre, obra pública instalada na cidade de São Paulo e foi selecionado para a 21a Bienal Internacional de Arte de Cerveira e para o Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo.

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